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Georges Didi-Huberman

Povo em lágrimas, povo em armas

Este livro parte da análise de uma única situação, porém exemplar: um homem morre de morte injusta e violenta; mulheres se juntam para chorá-lo; logo mais é um povo em lágrimas que se reúne a elas. Ora, essa situação que se vê por toda parte foi esplendidamente retratada por Serguei Eisenstein em seu célebre filme O encouraçado Potemkin. Mas como foi que Roland Barthes, uma das vozes mais influentes no domínio do discurso contemporâneo sobre as imagens, pôde considerar tal construção do pathos “vulgar” e “lamentável”? 

Título: Povo em lágrimas, povo em armas
Título Original: Peuples en larmes, pieples en armes
Autor: Georges Didi-Huberman
Tradução: Hortencia Lencastre
Ano: 2021
N˚ de páginas: 520
Dimensões: 21 x 14cm
ISBN: 978-65-86941-18-0

A melhor resposta à crítica barthesiana será fornecida pelo próprio Eisenstein na estrutura de sua sequência de imagens, assim como no discurso – imenso, abundante, genial, tão importante quanto o dos maiores pensadores de seu tempo – que ele sustenta sobre a questão das imagens patéticas. Descobre-se uma emoção que sabe dizer “nós”, e não só “eu”, um pathos que não é apenas passivo, mas se constitui em práxis: quando as velhas carpideiras de Odessa, em volta do marinheiro morto, passam da lamentação à cólera, “prestam queixa” e exigem justiça, fazem nascer esse povo em armas da revolução que vem.

Georges Didi-Huberman é um renomado historiador da arte e filósofo francês, reconhecido por sua abordagem crítica e interdisciplinar na interpretação das imagens. Com formação em filosofia e história da arte, ele se destacou por suas obras provocativas, que desafiam convenções estabelecidas na história da arte e exploram temas como a representação do Holocausto e a memória cultural. Suas contribuições, refletidas em livros como “Images in Spite of All: Four Photographs from Auschwitz” (2008), o estabeleceram como uma figura influente nos estudos visuais contemporâneos, alcançando tanto acadêmicos quanto o público em geral.

Além de sua escrita acessível e provocativa, Didi-Huberman é conhecido por sua capacidade de articular questões complexas sobre arte, história e memória. Ao longo de sua carreira, ele recebeu reconhecimento internacional por suas contribuições para a arte e a cultura, consolidando seu lugar como uma das vozes mais importantes no debate contemporâneo sobre as imagens e sua interpretação.