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Franco ``Bifo`` Berardi

Pensar após Gaza - ensaio sobre a ferocidade e o fim do humano

Na presente condição de irremediável derrota do humano, a tarefa de quem pensa é simplesmente dizer a verdade.
Verdade, porém, é uma palavra extremamente comprometedora, portanto seria melhor dizer: a tarefa de quem pensa é dizer qual drama se desenrola no teatro de sua consciência. Designemos este drama: verdade.

Título: Pensar após Gaza — ensaio sobre a ferocidade e o fim do humano
Título Original: Título original
Autor: Franco Berardi “Bifo”
Tradução: Davi Pessoa
Ano: 2025
N˚ de páginas: 222
Dimensões: 29,7 x 21 cm
ISBN: 978-65-6119-042-8
Preço: R$ 84,90

No passado, quando era possível alimentar alguma mínima esperança, por vezes tornava-se necessário e perdoável esconder alguma coisa da verdade, adiando-a para tempos melhores.
Agora sabemos que nunca mais haverá tempos melhores, e sabemos que não há mais qualquer esperança. Agora sabemos que o humano está se retirando para os lugares inacessíveis da deserção, enquanto o horror desumano avança e o autômato se apodera das funções de comando.
Por isso, estamos sozinhos com o desespero e a impotência da verdade: a verdade definitiva, última e totalmente inútil.
É preciso compartilhar essa verdade para poder criar alguns lugares comuns de deserção.

O livro também conta com o texto de Vladimir Safatle “Pensar após Gaza — Desumanização, trauma e a filosofia como freio de emergência”, apresentado originalmente como palestra na aula magna do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, no dia 03 de abril de 2024.

Nascido em Bolonha em 1949, Franco Berardi (Bifo) participou desde muito cedo dos movimentos de contestação na Itália. Foi da autonomia operaísta, e se interessou pelas novas formas de comunicação antagonista nos anos 70, quando fundou a rádio-livre Alice. Escreveu abundantemente sobre as mutações subjetivas em curso: Neuromagma, cyberpunk, esquizomidia, cyberfilosofia – seus escritos estão repletos de neologismos para dar conta das transformações do capitalismo, da erosão da democracia e das formas de luta emergentes. Nessa busca foi amigo e parceiro de Guattari. Escreveu mais de 30 livros. Suas últimas obras são O terceiro inconsciente: a psicoesfera na era viral e Desertemos!. Pensar depois de Gaza é seu último livro. Confessa, entre outras coisas, que precisou completar 75 anos para ler Lucrécio.