Com isso, a investigação se expande, abrangendo não apenas o comportamento animal mas também o pensamento animal e sua distância ou proximidade em relação àquilo cujo monopólio é reivindicado pelos animais humanos: a linguagem e a consciência reflexiva.
Para Massumi, humanos e animais existem num continuum. Compreender tal continuum, mesmo levando em conta as diferenças, requer uma nova lógica, a da “mútua inclusão”. O autor encontra recursos conceituais para tal lógica no trabalho de vários pensadores, tais como Bateson, Bergson, Simondon, Ruyer e Whitehead.
Ao tratar o humano como animal, Massumi desenvolve o conceito de uma política animal. Não se trata de uma política do animal, mas de uma política integralmente animal, liberada das conotações de “estado de natureza primitivo” e dos pressupostos correlatos sobre o instinto, que permeiam o pensamento moderno.
Esse livro, que dialoga com os estudos sobre pós-humanismo, etologia, cognição encarnada, teoria do jogo, dá subsídios relevantes para repensar uma biopolítica não-antropocêntrica.