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Eduardo Viveiros de Castro

METAFÍSICAS CANIBAIS

Com seu estilo erudito, poético, militante, inventivo e mordaz, Eduardo Viveiros de Castro define seu Metafísicas canibais como a resenha de O anti-Narciso, um livro imaginário cujos pilares fundamentais são O anti-Édipo, de Deleuze e Guattari, e as Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss. Nele, o leitor encontra parte significativa da produção do autor, inclusive uma formulação atual de sua teoria sobre o perspectivismo ameríndio, a qual o consagrou no Brasil e fora dele, afetando toda a imaginação antropológica.

Título: Metafísicas Canibais — elementos para uma antropologia pós-estrutural
Autor: Eduardo Viveiros de Castro
Ano: 2015
N˚ de páginas: 288
Dimensões: 13 x 20 cm
ISBN: 978-85-66943-17-7
“Um dia, prometia Foucault, o século será deleuziano. Ele não queria dizer que o século xx seria um dia reconhecido como dominado pela imensa figura de Deleuze. Queria dizer que a metafísica deleuziana um dia se secularizaria, transformaria a política, as artes, o saber. Com Metafísicas canibais esse dia chegou. Com Viveiros de Castro, a antropologia retoma da filosofia o que esta lhe havia tomado de empréstimo. E é todo o pensamento que se vê como que desperto. É a volta, depois de um longo inverno, dos pensamentos audaciosos, que não compartimentam o saber e não temem a invenção, eruditos e poéticos, militantes e empíricos. Precisamos de um Viveiros de Castro na psicanálise, na linguística, na literatura, na filosofia. Metafísicas canibais é um dos livros de antropologia mais importantes para o pensamento em geral desde O pensamento selvagem. Um livro nascido clássico.”
— Patrice Maniglier
EDUARDO BATALHA VIVEIROS DE CASTRO nasceu em 19 de abril de 1951, no Rio de Janeiro. Cursou a graduação em Ciências Sociais na PUC-RJ. Em 1974, ingressou no Programa de Pós-graduação do Museu Nacional (UFRJ) com um projeto de mestrado em antropologia urbana. Em 1976, uma breve visita a um povo indígena, os Yawalapíti, desviou-o para a etnologia indígena. Terminou seu mestrado em 1977, sob orientação de Roberto DaMatta, com uma dissertação sobre esse povo aruaque do Alto Xingu. Em 1978, tornou-se docente do Museu Nacional, onde é hoje professor-adjunto de etnologia. Obteve seu doutorado na mesma instituição, em 1984, com uma tese sobre a cosmologia dos Araweté, um povo tupi-guarani do Pará, junto a quem residiu em 1981-1982 e com o qual mantém contato. A tese, premiada pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs ), foi publicada em 1986 no Brasil e em 1992 nos Estados Unidos.
Seu trabalho posterior versou sobre temas etnológicos como parentesco, corporalidade, cosmologia e guerra, abordados em uma série de artigos, entre os quais se destacam “Alguns aspectos da afinidade no dravidianato amazônico” (1993 ), que teve grande impacto nos estudos de parentesco dessa região, e, sobretudo, “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio” (1996 ), cujo insight teórico influenciou a reflexão antropológica em todo o mundo, sendo traduzido para diversas línguas. O autor foi professor visitante nas universidades de Chicago (1991) e de Manchester (1994). Em 1997-1998, ocupou a Cátedra Simón Bolívar de Estudos Latino-americanos da Universidade de Cambridge, quando tornou-se também Fellow do King’s College. Entre 1999 e 2001, trabalhou como diretor de pesquisa do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, Paris ), junto à Equipe de Recherche en Ethnologie Amérindienne, que o elegeu membro permanente. Foi também professor e pesquisador-visitante na Universidade de Paris X (Nanterre ), na Ecole Pratique des Hautes Etudes, na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e na Universidade de São Paulo. Em 1998, recebeu o Prix de la Francophonie da Academia Francesa, e, em 2004, o Prêmio Érico Vanucci Mendes do CNPq. Recebeu ainda, em 2008, a Ordem Nacional do Mérito Científico, concedida pela Presidência da República e pelo Ministério de Ciências e Tecnologia.