Em Junho Febril, Igor Mendes volta a um tema já tratado em Essa Indescritível Liberdade, publicado em 2020: As célebres manifestações de junho de 2013, de alguma forma responsáveis pelo desenho do que é hoje o Brasil. Trata-se de um olhar para a juventude periférica, sempre alijada dos debates e das decisões políticas, que, naquele momento, tomando consciência de sua força, assume seu papel histórico. Mas, ao invés de discursos sociológicos ou antropológicos – sempre afeitos às circunstâncias –, Igor Mendes dá vida a personagens complexos que, com dúvidas e certezas, transcendem as suas singularidades. Assim, o que nos é oferecido neste denso romance é uma brilhante reflexão acerca do nosso presente – e uma contribuição para pensarmos sobre o nosso futuro. Luiz Ruffato