Antonio Negri [1933] é um filósofo e militante italiano. Especialista em Filosofia do Direito, escreveu de maneira original sobre Espinosa, Marx e Leopardi. Durante os anos 1960 participou do operaísmo italiano e de diversos movimentos de extrema esquerda. Seu engajamento político custou-lhe, em 1979, a acusação infundada de ser o mentor intelectual do sequestro e assassinato do líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, pelas Brigadas Vermelhas. Após anos de prisão, exilou-se na França, onde lecionou na Universidade de Paris VII e no Collège International de Philosophie. Lá, estreitou laços com o pensamento de Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault, os quais marcaram profundamente sua trajetória teórica posterior. Em 1997, voltou voluntariamente à Itália para cumprir mais seis anos e meio de detenção e assim desbloquear a situação dos detentos políticos remanescentes. Na esteira das mutações no mundo do trabalho e na esfera do poder que marcaram o final do século XX, tão decisivas quanto incompreendidas, escreveu Império [2000], Multidão [2004] e Commonwealth [2009], todos em coautoria com o norte-americano Michael Hardt [1960], seu ex-aluno, atualmente professor do departamento de Literatura da Duke University e editor da South Atlantic Quarterly.