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Silvia Rivera Cusicanqui

Ch’ixinakax utxiwa: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores

No colonialismo, as palavras não designam, mas encobrem. Em sua análise dos desenhos setecentistas do cronista andino Waman Poma, Silvia Rivera Cusicanqui propõe uma sociologia da imagem, ativando o potencial crítico das narrativas visuais que habitam as margens da língua e história oficiais. Com a noção de ch’ixi, a autora retoma a memória de uma ancestralidade contenciosa – aquilo que é e não é ao mesmo tempo – invocando uma imaginação política capaz de enfrentar as práticas de dominação contemporâneas. Além de oferecer uma contribuição importante para os estudos anticoloniais latino-americanos, Cusicanqui nos ensina que um pensar não pode ser separado de um fazer: não pode haver um discurso descolonizador sem uma prática descolonizadora.

— Ana Luiza Braga e Lior Zisman Zalis

Título: Ch’ixinakax utxiwa: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores
Título Original: Ch’ixinakax utxiwa: Una reflexión sobre práctica y discursos descolonizadores
Autor: Silvia Rivera Cusicanqui
Tradução: Ana Luiza Braga e Lior Zisman Zalis
Ano: 2021
N˚ de páginas: 128
Dimensões: 17 x 12cm
ISBN: 978-65-86941-69-2

Preço: R$ 68,00

Há tempos, venho trabalhando com a ideia de que, no presente de nossos países, continua vigente uma situação de colonialismo interno. E é a partir deste quadro que vou falar agora sobre o que chamo de sociologia da imagem — a forma como as culturas visuais, ainda que possam contribuir para a compreensão do social, se desenvolveram em uma trajetória própria, que ao mesmo tempo revela e reatualiza muitos aspectos não conscientes do mundo social. Nossa sociedade tem elementos e características próprias de uma confrontação cultural e civilizatória que teve início em nosso espaço a partir de 1532. No colonialismo, há uma função muito peculiar para as palavras: elas não designam, mas encobrem; e isto é particularmente evidente na fase republicana, quando foram adotadas ideologias igualitárias ao mesmo tempo que se escamoteavam os direitos cidadãos da maioria da população. Desse modo, as palavras se converteram em um registro ficcional, repleto de eufemismos que escondem a realidade ao invés de designá-la.

— Silvia Rivera Cusicanqui

Silvia Rivera Cusicanqui é uma intelectual, socióloga, historiadora e ativista boliviana conhecida por seu trabalho no movimento indígena e estudos culturais na América Latina. Graduada em Sociologia e com doutorado em Antropologia Social, dedicou sua carreira ao estudo e defesa dos povos indígenas da Bolívia, especialmente os Aimarás. Autora de diversos livros e artigos, aborda questões como colonialismo, identidade e resistência indígena, enquanto sua atuação como ativista em movimentos sociais destaca-se por sua luta incansável pelos direitos humanos e justiça social na região. Sua influência é significativa tanto no cenário intelectual quanto político da América Latina.