Artaud pensamento e corpo foi escrito pelo filósofo Kuniichi Uno, como uma tese de doutorado em 1980, sob a orientação de Gilles Deleuze. A mudança do título original Artaud et l’ espace des forces reflete alguns movimentos do autor que, nos últimos 40 anos, mergulhou profundamente na obra de grandes artistas e escritores como Hijikata, Genet, Nijinsky, Beckett e tantos outros. A leitura deste livro – reescrito e intoxicado por múltiplos insights – escancara a lógica artaudiana como uma lógica aberrante capaz de erodir sujeitos, narrativas, linguagens, organismos, crenças, imagens e representações. Além disso, atravessa o teatro, o cinema, o pensamento poético, as cartas, o humor, a doença, a dor e o primeiro ofício de Artaud: reinventar-se. Ao final da leitura, resta a desconfiança de que a guerra contra o organismo travada por Artaud nunca foi tão atual, assim como todos os seus desobramentos. Um meteorito na opacidade flutuante. Christine Greiner