Para além de certos clichês, pouco se sabe sobre o zapatismo no Brasil. Um movimento que parece ter surgido do nada, e às portas do terceiro milênio pega em armas, não para ensejar a militarização da luta, mas ao contrário, para chegar ao ponto em que se possa prescindir delas. Um movimento que desmonetariza as trocas, rejeita a subserviência ao Estado e ao Capital, e a partir da herança maia reinventa as práticas comuns e as faz colocando a natureza, as mulheres, gays, trans e crianças no centro de seu mundo, sustentando o que os gregos chamavam de parrhesia, a palavra franca, o dizer-verdadeiro; para os maia: a palavra-espelho.
Um conto infantil do Subcomandante Marcos, com pinturas de Rivane Neuenschwander, acompanha esta edição, convite especial às nossas crianças cujas almas parecem tão cansadas de telas.