Um belíssimo “arrastão” da rebelião. Na contramão da sisudez acadêmica e da torre de marfim teórica, com leveza e graça incomuns Jean faz o leitor passear pelos meandros mais concretos e palpáveis dos movimentos de todo tipo, feministas, negros, lgbt, indígenas, quilombolas, zadistas, bruxistas, funguistas, tudo salpicado de Zé Celso, Baldwin, subcomandante Marcos, Miariátegui. A variedade, a alternância de cores e tonalidades, a pegada afetiva, o júbilo que atravessa tudo é por si só uma ave rara que nos faz alçar vôo junto. E a coragem de um devir-índio da revolta, sempre ali presente, descaretando o discurso e a tristeza politiqueira. Particularmente felizes são as descrições sobre o movimento negro nos EUA, o movimento operaista na Itália, os feminismos, a mobilização indígena entre nós e nossos vizinhos, os antecedentes do junho de 2013 e sua próprias análise sobre a insuficiência. Para não falar dos detalhes tão bem humorados, por exemplo sobre a ética dos piratas!