CLOSE
Topo
Jorge Augusto Xavier de Almeida

Cartas do latão

Latão é terminologia exata para o processo de brutalidade colonial. Latão é o nada. O não humano. É expressão que define onde não se quer escapes, brechas.

Título: Cartas do latão
Autor: Jorge Augusto Xavier de Almeida
Ano: 2023
N˚ de páginas: 176
Dimensões: 18 x 11cm
ISBN: 978-65-81097-53-0

Preço: R$ 69,00

COLEÇÃO LAMPEJOS

 

Latão é terminologia exata para o processo de brutalidade colonial. Latão é o nada. O não humano. É expressão que define onde não se quer escapes, brechas. Este livro é exatamente uma dessas frestas. Durante o período em que esteve preso, Jorge escreveu muitas cartas, memórias e poemas. Apesar da brutalidade do cárcere somada ao gosto amargo de injustiça, Jorge fez de sua dor motor de criação artística, estética e política. Seus escritos finalmente vem a público e precisam muito serem difundidos. Tanto pelo teor da denúncia direcionada ao Estado racista, quanto pela beleza da narrativa poética que anuncia a tentativa de superação do trauma e a esperança de outros mundos possíveis, onde seja menos difícil amar, como dizia Paulo Freire.

Jorge Augusto Xavier de Almeida, nascido em Recife em 23 de abril de 1967, é um agricultor familiar e líder comunitário. Após se estabelecer em Buritis, Minas Gerais, em 1994, ele coordenou a luta pela terra, destacando-se pela liderança na ocupação da fazenda Barriguda em 1995 e subsequentes ocupações na região noroeste e norte de Minas, nordeste goiano e Distrito Federal. Ele foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal de Buritis, além de candidatar-se a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores, defendendo os direitos dos trabalhadores rurais.

Jorge enfrentou perseguição judicial e foi preso em 2014, cumprindo quatro anos e meio de prisão em regime fechado por sua atuação no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Durante esse período, ele se dedicou ainda mais à literatura, escrevendo poesia, romance e cartas, que serão publicadas em livros. Sua jornada inclui nove anos de vida alterada entre prisões e batalhas judiciais, destacando-se como defensor incansável dos direitos dos trabalhadores rurais e resistindo através da expressão literária durante os períodos de reclusão.