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Fernand Deligny

Semente de crápula

“Semente de crápula: conselhos aos educadores que queiram cultivá-la” é o primeiro livro do educador e poeta francês Fernand Deligny. E um balizador de seu trabalho, que o situaria como uma das maiores referências da educação especial — lidando com crianças e jovens psicóticos, delinquentes, “perigosos”, “marginais” — e da pedagogia em geral. Ao longo dos 134 aforismos, Deligny apresenta suas “sementes”: jovens de um meio social delinquente, cultivadas pelo educador que deve deixar de lutar contra as ervas daninhas, pragas sociais atadas ao nosso convívio social, para mergulhar nas dinâmicas espaciais desses jovens que criam outros sentidos de lugar e convivência no território. 

Título: Semente de crápula: Conselhos aos educadores que gostariam de cultivá-la
Título Original: Graine de crapule – Conseils aux éducateurs qui voudraient la cultiver
Autor: Fernand Deligny
Tradução: Juliana Jardim e Luiz Pimental
Ano: 2020
N˚ de páginas: 96
Dimensões: 18 x 11cm
ISBN: 978-65-81097-09-7

Preço: R$ 60,00

COLEÇÃO LAMPEJOS

 

Uma pipa não atravessa os muros do espaço, não troveja nem zune, falta um não-sei-quê para que ela se sustente no vento e continue alegrando, com um ponto de cor viva, o mais cinza dos céus, ou para que ela tombe e, pelo menos, não quebre nada além de sua própria armação. À primeira vista, isso não serve para nada. Veremos. Então, por volta de 1943, comecei a fazer uma pipa, duas pipas: as fórmulas, formulinhas, cantigas, charadas, aforismos e paradoxos de Semente de crápula.

Conhecido na França como pedagogo, Fernand Deligny preferia ser chamado poeta e etólogo. Durante mais de cinquenta anos trabalhou na isolada região francesa das Cevanas, num centro de acolhimento informal de crianças que não se adaptavam à sociedade: crianças delinquentes, psicóticas, autistas ou, nas palavras do pensador, simplesmente crianças à parte. Seu método questionava a centralidade da linguagem, a educação formal e o emprego caricatural das teorias freudianas. Repudiava o encarceramento, preferindo a criação de circunstâncias e de espaços para trocas e encontros.