COLEÇÃO LAMPEJOS
Entre o final dos anos 1960 e meados de 1970, configurou-se uma paisagem cultural em que se conjugavam novos comportamentos referidos a uma nova sensibilidade — manifestada em modalidades alternativas de vida que pretendiam estar em oposição às determinações da racionalidade da modernização conservadora e da cultura institucionalizada — a experimentações artísticas que exploravam ou especificavam as diversas possibilidades abertas pela atividade tropicalista. Longe de um suposto “vazio cultural”, como uma certa crítica identificou aquela situação, a contracultura, em suas variadas expressões, definiu atitudes, comportamentos, gestos exemplares, experimentações de grande vitalidade, inclusive, em alguns casos, como resistência às limitações da cultura oficial e à repressão da ditadura.
Celso Favaretto é licenciado em FIlosofia, mestre e doutor pela FFLCH-USP na área de estética, livre-docente pela Faculdade de Educação da USP. Atualmente aposentado, é professor-colaorador no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da FFLCH e no de Educação da FEUSP. Autor dos livros Tropicália, Alegoria Alegria (Kairós, 1979; 4. ed. Ateliê Editorial, 2008) e de A Invenção de Hélio Oiticica (1992; 2. ed. Edusp, 200, com reimpressão em 2015); de ensaios e artigos sobre arte contemporânea e educação.