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Maurizio Lazzarato

SIGNOS, MÁQUINAS, SUBJETIVIDADES

É inegável: o capitalismo precisa e produz uma subjetividade à sua imagem e semelhança. Mas como isso se dá no contexto atual? Inspirado no pensamento original de Félix Guattari, para o qual, aliás, este livro constitui excelente introdução, Maurizio Lazzarato dis- seca aqui as modalidades de “sujeição” produzidas pelo neoliberalismo, bem como a “servidão maquínica” que lhe é inerente. É toda uma dimensão pré-representacional, molecular e afetiva que assim vem à tona. As dinâmicas de existencialização, conforme a terminologia de Guattari, ou de subjetivação, segundo Foucault, ganham um papel preponderante no entrelaçamento entre o plano micro e macropolítico a que se propõe o autor.

Título: Signos, máquinas, subjetividades
Título Original: Signs, machines, subjectivities
Autor: Maurizio Lazzarato
Tradução: Paulo Oneto com a colaboração de Hortencia Lencastre
Ano: 2014
N˚ de páginas: 416
Edição bilíngue: Português/inglês
Dimensões: 145 x 210mm
ISBN: 978-85-66943-12-2
Coedição: n-1 edições + edições sesc
É inegável: o capitalismo precisa e produz uma subjetividade à sua imagem e semelhança. Mas como isso se dá no contexto atual? Inspirado no pensamento original de Félix Guattari, para o qual, aliás, este livro constitui excelente introdução, Maurizio Lazzarato dis- seca aqui as modalidades de “sujeição” produzidas pelo neoliberalismo, bem como a “servidão maquínica” que lhe é inerente. É toda uma dimensão pré-representacional, molecular e afetiva que assim vem à tona. As dinâmicas de existencialização, conforme a terminologia de Guattari, ou de subjetivação, segundo Foucault, ganham um papel preponderante no entrelaçamento entre o plano micro e macropolítico a que se propõe o autor.
Se a faceta polêmica está presente (contra a filosofia analítica, o lacanismo, a linguística, certo marxismo, bem como suas combinações – Badiou, Zizek, Rancière, Butler etc), é porque uma perspectiva filosófica e política imanente e agonística perpassa o livro como um todo, sem turvar o rigor e a clareza das análises.
Dispensável dizer a que ponto tudo isso serve para quem tenta compreender o que
se passa à nossa volta, por que a representa- ção política perde seu fôlego a cada dia, por onde passa e como funcionam os poderes hoje (a “ação sobre ação”, como dizia o último Foucault), e que modalidades de resistência efetiva se pode conceber.
Signos, máquinas, subjetividades representa, nesse contexto, um sopro vivo na imaginação política contemporânea.
Peter Pál Pelbart
It is undeniable: capitalism both requires and produces subjectivity in its image and likeness, but how does this manifest in our current times?
Inspired by the original thought of Félix Guattari, Maurizio Lazzarato dissects the modalities of “subjection” that neocapitalism produces, as well as the “machinic enslavement” that is inherent to it. The central role of the relationship between humankind and machines is not the only one to emerge, but the “machinisms” that govern our lives also surface, from credit cards and stock markets to information flows and endless reviews. It is an entire structure of intermediation to be analyzed, where capital plays a role as semiotic operator, whose logic becomes increasingly effective the more it distances itself from our conscience and representation.
It is unnecessary to say how relevant this is, even if we don’t always agree, for those trying to understand what’s going on all around us, why political representation is running out of breath with every passing day, what it touches and how the powers-that-be work today (“action over action”, according to Foucault’s last writings), and what modes of effective resistance we can conceive today.
Signs, machines, subjectivities represent, in this context, a live breath of fresh air in our contemporary political imagination.